A África Ocidental é a segunda maior importadora de produtos lácteos em África, depois do Norte de África. Na região, a CEDEAO reforça o seu apoio aos Estados membros com o objetivo de estimular a produção local e reduzir a dependência das importações.
A CEDEAO continua os seus esforços em prol da soberania alimentar na África Ocidental. No dia 4 de dezembro, a organização deu o arranque oficial do Projeto de Apoio à Ofensiva do Leite na África Ocidental (PAOLAO).
Este projeto quinquenal, já anunciado desde 2023, insere-se no âmbito da implementação da estratégia regional para a promoção das cadeias de valor do leite local na África Ocidental, denominada “Ofensiva Leite”, adotada pela comunidade económica em 2020.
Com um custo total de 11 milhões de euros (12,8 milhões de USD), financiado pela Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o PAOLAO permitirá, segundo as autoridades, acelerar a concretização dos objetivos definidos no âmbito da Ofensiva Leite.
“Este projeto contribui para o objetivo da região de, por um lado, explorar plenamente o seu enorme potencial para duplicar o volume de produção de leite até 2030, e, por outro, aumentar a transformação e o consumo, elevando a taxa de incorporação do leite local para entre 20 e 25% até 2035”, pode ler-se num comunicado publicado no site da CEDEAO.
Para tal, as intervenções previstas pelo PAOLAO concentram-se em quatro eixos principais: a harmonização das políticas comerciais e fiscais para proteger o leite local, a estruturação dos atores e modelos económicos da cadeia, a promoção do consumo local e a mobilização de parceiros técnicos e financeiros para reforçar de forma sustentável a competitividade da indústria láctea na África Ocidental.
Atualmente, a produção de leite fresco na África Ocidental é avaliada em 4,83 milhões de toneladas em média por ano entre 2019 e 2023, de acordo com dados compilados pela FAO. No mesmo período, a organização das Nações Unidas indica que os países da região importaram, em média, 1,98 milhão de toneladas por ano de produtos lácteos (iogurte, manteiga, queijo, leite concentrado, cremes, leite em pó…), em equivalente leite.
Mais amplamente, o lançamento do PAOLAO é também um impulso para apoiar políticas já implementadas por alguns Estados para aumentar a produção agrícola e pecuária, combinando subsídios, investimentos públicos e programas de industrialização.
Por exemplo, a Nigéria revelou em junho último uma série de medidas para duplicar a produção nacional de leite para 1,4 milhão de toneladas por ano até 2030, com a implementação do Programa Nacional de Aceleração do Crescimento da Pecuária (NL-GAS) e o reforço da colaboração com industriais lácteos locais e estrangeiros como Arla Foods, Promasidor, FrieslandCampina WAMCO, Zaidi Farms e Integrated Dairies.
O Senegal, por seu lado, subsidia desde 2017 a importação de raças bovinas de alto potencial para a produção de carne e leite, no âmbito da sua política de melhoria genética, visando apoiar a produtividade do seu rebanho leiteiro.
Stéphanas Assocle













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