Face a uma população jovem em forte crescimento e às persistentes dificuldades do mercado de trabalho, o Mali está a implementar uma reforma educativa para aproximar a escola do empreendedorismo e preparar melhor os futuros ativos para criar o seu próprio emprego.
O Mali lançou oficialmente, na segunda-feira, 15 de dezembro, a introdução de módulos de formação em empreendedorismo desde o ensino básico. A cerimónia decorreu na sala de conferências da Direção Nacional do Ensino Secundário Geral e contou com a presença de responsáveis do Ministério da Educação Nacional, presidida pelo secretário-geral do departamento, Boubacar Dembélé, em companhia do chefe de gabinete e do terceiro vice-presidente do Conselho Nacional do Patronato do Mali (CNPM).
Segundo o comunicado oficial, esta iniciativa marca uma etapa chave para integrar competências empreendedoras nos currículos escolares. O secretário-geral do ministério apresenta esta reforma como uma resposta à pressão sobre o emprego público, promovendo ao mesmo tempo o autoemprego, a inovação e o engajamento cívico. Salienta que as funções públicas não conseguem absorver todos os jovens e que a parceria com o setor privado permitirá criar novas oportunidades de emprego.
Em nome do Ministro da Educação Nacional, foi sublinhado que a entrega dos módulos se enquadra na implementação das reformas do PRODEC 2, o novo programa decenal de desenvolvimento da educação, consolidando as recomendações dos Estados Gerais da Educação. O ministério continuará disponível para fornecer expertise e acompanhamento técnico de modo a tornar a cultura empreendedora concreta nas escolas.
Para o terceiro vice-presidente do CNPM, Sidi Dagnoko, o projeto integra a estratégia “Capital Humano”. As reflexões realizadas evidenciaram a necessidade de reforçar a colaboração entre o sistema educativo e o setor privado. A metodologia prevê uma ação progressiva, começando pelo ensino básico e secundário, seguindo-se das universidades públicas e privadas. O relatório final recomenda a inserção dos módulos desde os primeiros anos de escolaridade, de forma a incutir cedo o espírito de iniciativa e autonomia, aproximando assim a escola das realidades socioeconómicas.
Esta reforma surge num contexto em que cerca de 300 000 jovens chegam todos os anos ao mercado de trabalho no Mali, muitas vezes sem qualificações adequadas, ultrapassando a capacidade de criação de empregos formais pelo Estado, segundo estatísticas do Bureau Internacional do Trabalho (BIT) citadas pelo meio le360 Afrique. A taxa de desemprego no Mali era de 3,5 % em 2024, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística, com um mercado dominado pelo setor informal e empregos precários.
Félicien Houindo Lokossou













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