Kenya Airways vira uma página na sua governação num momento crucial da sua reestruturação. A saída de Allan Kilavuka ocorre enquanto a companhia, recentemente regressada à rentabilidade, ainda precisa consolidar o seu equilíbrio financeiro, mantendo as suas ambições de crescimento e diversificação.
Allan Kilavuka deixou o cargo de Diretor-Geral da Kenya Airways (KQ). É substituído pelo capitão George Kamal (foto), atual Diretor de Operações (COO) da companhia, responsável por conduzir um período de transição que levará à nomeação de um sucessor permanente. A administração explica esta saída como um término de mandato antes do prazo final do contrato do agora ex-diretor.
Chegando à liderança da transportadora nacional queniana em 2019, Allan Kilavuka dirigiu a companhia durante uma das fases mais críticas da sua história. Sob o seu comando, a Kenya Airways enfrentou os efeitos da pandemia de Covid-19, implementando várias medidas de redução de custos e iniciativas estratégicas para preservar a sua viabilidade operacional. Esta fase de reestruturação foi acompanhada por crescimento de receitas, tráfego de passageiros e volumes de carga.
Em 2024, a companhia, durante muito tempo fragilizada por elevado endividamento e apoiada pelo Estado queniano, voltou à rentabilidade pela primeira vez em mais de uma década. Este desempenho foi impulsionado, segundo a empresa, por um aumento de 10% na capacidade, que permitiu um crescimento de 4% no tráfego, totalizando 5,23 milhões de passageiros transportados ao longo do ano.
Com mais de 29 anos de experiência em liderança aérea no Médio Oriente e em África, George Kamal assume num contexto ainda marcado por desafios estruturais. Um dos principais desafios continua a ser o retorno a um equilíbrio financeiro sustentável. Apesar da recuperação observada em 2024, a Kenya Airways encerrou o primeiro semestre de 2025 com prejuízo antes de impostos de 12,17 mil milhões de xelins (aproximadamente 94,5 milhões de USD).
Paralelamente, a companhia continua o seu plano de expansão e diversificação. A administração anunciou a intenção de levantar 500 milhões de USD até ao primeiro trimestre de 2026 para reforçar a frota, com o objetivo de a aumentar de 34 para 53 aeronaves nos próximos cinco anos. No campo da diversificação, a Kenya Airways aposta na produção local de combustível de aviação sustentável (SAF) e no desenvolvimento de serviços de mobilidade aérea urbana, incluindo táxis voadores.
Henoc Dossa













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