As autoridades malgaxes pretendem integrar o digital em todos os sectores da economia, incluindo a educação. O Executivo lançou, em junho passado, a transformação do Centro Nacional de Tele-Ensino (CNTMAD) numa universidade pública digital.
O governo malgaxe assinou, na quarta-feira, 17 de dezembro, um acordo de parceria com a operadora de telecomunicações Yas para a instalação de pontos de acesso Wi-Fi (hotspots de Internet) destinados aos estudantes nas universidades. Esta iniciativa insere-se no quadro mais amplo dos esforços de digitalização do ensino superior no país.
Segundo a Yas, a iniciativa terá início em Antananarivo e Tuléar, antes de se estender a Fianarantsoa, Diego e Majunga, e posteriormente, de forma potencial, às restantes universidades do país. A operadora de telecomunicações considera que «a conectividade é hoje uma ferramenta essencial para a aprendizagem e a investigação».
A integração das tecnologias de informação e comunicação (TIC) em todos os níveis do ensino figura entre as prioridades do Plano Estratégico do Digital (PSN 2023–2028). O governo pretende assim reforçar uma educação inclusiva, adaptada às normas e necessidades atuais, através da generalização do uso das TIC no ensino. Esta estratégia inclui, entre outros aspetos, a digitalização dos materiais pedagógicos, a adaptação dos métodos de aprendizagem e a digitalização do percurso académico dos estudantes, ao mesmo tempo que valoriza e protege as competências e estabelece um referencial formação-emprego para melhorar a orientação dos estudantes.
Em julho, uma conferência-debate organizada pelo PNUD e pelo Banco Mundial abordou a digitalização do ensino superior e o seu impacto. Rivoarison Randrianasolo, presidente da Universidade de Antananarivo, sublinhou que o digital constitui «uma alavanca fundamental de transformação, capaz de melhorar a qualidade do ensino, facilitar o acesso ao conhecimento e preparar os estudantes para os desafios de um mundo em constante mudança».
Por sua vez, Miarintsoa Neilla Andrianasolo, membro do Comité de Digitalização da Universidade, recordou que o digital permite não só um acesso alargado aos recursos pedagógicos e científicos, mas também a valorização da investigação, a modernização dos serviços administrativos e o reforço das competências dos estudantes para a sua inserção profissional.
No entanto, os participantes insistiram nas limitações estruturais que persistem: fraca conectividade, equipamentos limitados, fragmentação institucional e desigualdades de acesso. Destacaram igualmente a necessidade de estratégias claras, planos de implementação, mecanismos rigorosos de acompanhamento e avaliação, bem como de uma vontade real a todos os níveis, de colaboração entre os diferentes intervenientes e de uma inclusão efetiva.
Isaac K. Kassouwi













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