À medida que o mercado de trabalho se transforma e as exigências de competências se intensificam, o upskilling impõe-se como uma resposta estruturante para reforçar a empregabilidade. Em África, ganha importância como uma ferramenta capaz de converter o dinamismo demográfico da juventude em oportunidades económicas sustentáveis.
Para a Organização Internacional do Trabalho (OIT), o upskilling enquadra-se na lógica do desenvolvimento de competências e da aprendizagem ao longo da vida. O upskilling consiste em reforçar e atualizar os conhecimentos e capacidades dos trabalhadores, de modo a que possam adaptar-se às evoluções tecnológicas, organizacionais e económicas. O objetivo não é mudar de profissão, mas consolidar aquela que se exerce, integrando novas práticas, métodos ou tecnologias.
Num ambiente marcado pela rápida digitalização, automação e emergência de novos modelos económicos, a OIT identifica o upskilling como um pilar da aprendizagem contínua. Esta dinâmica permite antecipar as mudanças no mundo do trabalho, assegurar trajetórias profissionais e promover o acesso a empregos dignos e produtivos, em consonância com os objetivos do Programa de Desenvolvimento Sustentável para 2030.
O desafio é particularmente acentuado em África, onde a transição demográfica se acelera, enquanto milhões de jovens entram todos os anos no mercado de trabalho. Os dados da OIT mostram que uma parte significativa desta juventude permanece desempregada, sem formação ou limitada a atividades informais de baixa produtividade. Quase um quarto dos jovens africanos é, assim, classificado como NEET, segundo a OIT, ilustrando o desfasamento persistente entre as competências disponíveis e as necessidades do tecido económico.
Perante esta situação, o upskilling constitui uma resposta direta aos desequilíbrios observados. Ao desenvolver competências digitais, técnicas e comportamentais, melhora-se a adaptabilidade e a produtividade dos jovens já licenciados ou inseridos profissionalmente. A OCDE sublinha que o investimento em competências representa um alavanca decisiva para elevar a qualidade do emprego e reforçar o desempenho económico dos países africanos.
O Banco Africano de Desenvolvimento partilha esta análise e recorda que o desenvolvimento de competências se encontra entre os meios mais eficazes para transformar o crescimento demográfico em vantagem competitiva. Para a juventude africana, o upskilling afirma-se assim como um vetor estratégico de inclusão económica, desde que seja apoiado por políticas públicas coerentes e parcerias sólidas com o setor privado.
Félicien Houindo Lokossou













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