Frente aos crescentes desafios de empregabilidade e inovação no ensino superior do Magrebe, a cooperação transfronteiriça entre instituições argelinas e tunisianas se fortalece para alinhar melhor formação, competências e necessidades do mercado de trabalho.
Na Universidade Mohamed-Chérif Messaâdia, em Souk Ahras, realizou-se, na terça-feira, 16 de dezembro, o 7º Fórum das Universidades Fronteiriças Argélio-Tunisianas (5+5), com a presença do ministro argelino do Ensino Superior e da Pesquisa Científica, Kamel Baddari, e de seu homólogo tunisiano, Mondher Belaid. Este encontro acadêmico de alto nível, reunindo reitores, pesquisadores e responsáveis institucionais, visa dinamizar a cooperação entre universidades fronteiriças a serviço da inovação e da competitividade.
Sob o tema “Ensino Superior na Era Digital: Conhecimento, Inovação e Competitividade Econômica”, a edição de 2025 destaca a transformação digital, a inovação científica e a abertura ao empreendedorismo. O programa de dois dias inclui sessões científicas, workshops e exposições dedicadas à inovação, bem como apresentações de projetos conduzidos por estudantes e pesquisadores em áreas-chave, como ciência, tecnologia e plataformas modernas de ensino. Sessões específicas abordam ensino a distância, ferramentas pedagógicas digitais e dinâmicas de incubação universitária.
A iniciativa ilustra a intenção da Argélia e da Tunísia de fortalecer uma rede universitária estruturante em suas regiões fronteiriças. No lado argelino, participam as universidades de Tébessa, El Tarf, El Oued, Annaba e Souk Ahras; no lado tunisiano, as universidades de Gafsa, Kairouan, Sfax, Jendouba e Gabès. Os organizadores destacam que o fórum busca reforçar a integração científica, estimular a pesquisa conjunta e impulsionar formações relevantes para a economia do conhecimento.
O 7º fórum ocorre em um contexto em que o ensino superior está sob pressão para modernizar suas estruturas e responder à rápida evolução do mercado de trabalho e das tecnologias digitais.
Na Tunísia, o orçamento do Ministério do Ensino Superior e da Pesquisa Científica, fixado em 2,37 bilhões de dinares para 2026 (aproximadamente 811 milhões de dólares), é apresentado como um instrumento para apoiar reformas que alinhem os cursos às necessidades do mercado e melhorem a empregabilidade. No entanto, os desafios persistem frente à crescente necessidade de adaptação dos currículos. Dados do Instituto Nacional de Estatística (INS), citados pelo meio Tunisie Numérique, revelam que a taxa de desemprego entre graduados do ensino superior no terceiro trimestre de 2025 atingiu 24,9%.
Na Argélia, apesar da rápida expansão do sistema universitário e dos esforços de reforma baseados no modelo Licenciatura-Mestrado-Doutorado (LMD), as instituições ainda enfrentam um desafio estrutural significativo. Um estudo publicado em julho de 2025 no ResearchGate mostra que uma parte considerável dos graduados ainda tem dificuldades para se inserir no mercado de trabalho devido à falta de alinhamento entre a oferta de formação e as reais necessidades econômicas.
Félicien Houindo Lokossou













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