Com a melhoria da estrada Tafiré–Ferkessédougou, na A3, as autoridades da Costa do Marfim pretendem reforçar a atratividade do corredor marfinense para as cargas com destino ao Burkina Faso e ao Mali, fluxos para os quais um acesso fluido ao porto de Abidjan continua a ser um desafio estratégico.
O Banco Islâmico de Desenvolvimento (BID) aprovou um financiamento de 200 milhões de euros a favor da Costa do Marfim para a modernização do troço Tafiré–Ferkessédougou da autoestrada nacional A3. Com 574 km de extensão, este eixo constitui um dos segmentos estratégicos do corredor Abidjan–Ouagadougou, principal ligação rodoviária entre o litoral marfinense e os países sahelianos sem acesso ao mar, nomeadamente o Burkina Faso e o Mali.
Um corredor vital para as trocas regionais
O troço Tafiré–Ferkessédougou assegura a continuidade dos fluxos entre o centro e o norte da Costa do Marfim, prolongando-se depois até à fronteira com o Burkina Faso. Suporta uma parte significativa do tráfego de mercadorias que liga o porto de Abidjan ao hinterland saheliano, em particular produtos agrícolas, materiais de construção e bens de consumo corrente. A sua modernização visa eliminar um dos principais estrangulamentos do corredor Abidjan–Ouagadougou, cujo desempenho é determinante para a competitividade logística da Costa do Marfim face a corredores concorrentes da sub-região, nomeadamente os que passam por Tema, Lomé ou Cotonou.
Para além da melhoria das condições de circulação, o projeto pretende reduzir os tempos de viagem e os custos de exploração dos veículos. Neste eixo fortemente solicitado pelo transporte rodoviário de mercadorias, o estado do pavimento e os riscos de acidentes pesam diretamente sobre os custos logísticos suportados pelos transportadores e operadores económicos.
Este novo financiamento insere-se numa dinâmica mais ampla. Em setembro de 2024, o governo marfinense anunciou ter obtido um empréstimo de 119,5 mil milhões de francos CFA (cerca de 213,9 milhões de dólares) junto do BID para a construção de 54,2 km de estrada com 2 × 2 vias entre Bouaké e Darakokaha, perto de Katiola.
Estes investimentos sucessivos refletem a abordagem progressiva adotada pela Costa do Marfim para concretizar a ambição de um corredor autoestradal contínuo entre Abidjan e Ouagadougou, chamado a desempenhar um papel central na integração económica regional e na competitividade logística do país. Importa referir que as autoridades do Burkina Faso lançaram esta semana a construção da autoestrada Ouagadougou–Bobo-Dioulasso, um troço de 332 km, igualmente crucial para a interligação das duas capitais.
Henoc Dossa













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