O Parque Nacional do Niokolo-Koba, reconhecido como Reserva da Biosfera e inscrito na Lista do Património Mundial da UNESCO, é um dos maiores tesouros ecológicos do Senegal e de toda a África Ocidental. Criado em 1954 e cobrindo atualmente mais de 9.000 km², estende-se principalmente pela região de Tambacounda, ao longo do rio Gâmbia e dos seus afluentes.

Esta vasta área de savanas, florestas secas, galerias florestais e planícies inundáveis constitui um refúgio essencial para uma biodiversidade extraordinária numa parte do continente fortemente afetada pela pressão humana e pelas mudanças climáticas.

O parque abriga uma fauna icónica e cada vez mais rara. Ali vive uma das últimas populações de leões da África Ocidental, juntamente com leopardos e o discreto guepardo. Elefantes, búfalos, hipopótamos, facoqueros e diversas espécies de antílopes também habitam a região, incluindo o elande-de-derby, um dos maiores e mais ameaçados antílopes do mundo. Os primatas são numerosos — de babuínos a chimpanzés da África Ocidental — enquanto as zonas húmidas atraem uma avifauna rica, fazendo do Niokolo-Koba um destino importante para observadores de aves, com mais de 350 espécies registadas.

A flora do parque é igualmente impressionante. A paisagem alterna entre savanas arbustivas, florestas abertas, agrupamentos de palmeira rônier e áreas densamente arborizadas ao longo dos cursos de água. Essa diversidade vegetal sustenta uma grande variedade de habitats, indispensáveis à sobrevivência das espécies locais. Do ponto de vista ecológico, o Niokolo-Koba desempenha um papel crucial na conservação dos ecossistemas sudano-guineenses e na regulação hídrica regional, protegendo, entre outros, a bacia do rio Gâmbia.

Apesar da sua importância, o parque enfrenta vários desafios. A caça furtiva, a expansão das atividades humanas na periferia, os incêndios descontrolados e os efeitos das alterações climáticas ameaçam o seu equilíbrio. Em 2007, a UNESCO incluiu o Niokolo-Koba na Lista do Património Mundial em Perigo, o que levou ao reforço das ações de conservação.

O Senegal, em parceria com organizações internacionais, aumentou a vigilância, desenvolveu programas de gestão sustentável e lançou iniciativas para envolver mais as comunidades locais na proteção do parque. Esses esforços começam a dar resultados, embora ainda haja muito a fazer para garantir a restauração duradoura da fauna e dos habitats.

O parque é também um grande trunfo para o turismo ecológico. Os visitantes podem descobrir um ambiente natural amplamente preservado e observar espécies raras num cenário autêntico. As opções de alojamento e os circuitos guiados estão a crescer, embora o acesso continue difícil em algumas áreas — uma limitação que, paradoxalmente, contribui para preservar a integridade deste santuário natural único.













King Abdulaziz International Conference Center, Riyadh - « Dawn of a global cause: Minerals for a new age of development »