Num contexto de tensões diplomáticas entre Paris e Argel, a situação de um jornalista francês encarcerado chama a atenção para as questões de liberdade de imprensa e para as relações bilaterais. A sua família e as autoridades francesas mobilizam-se para obter a sua libertação.
Na Argélia, o jornalista desportivo francês Christophe Gleizes (foto), acusado de “apologia do terrorismo” e de “posse de publicações com o objetivo de propaganda prejudicial ao interesse nacional”, tenta obter um novo julgamento. No domingo, 14 de dezembro, os seus advogados, o argelino Amirouche Bakouri e o francês Emmanuel Daoud, anunciaram que foi interposto um recurso para o Supremo Tribunal.
Esta iniciativa surge após a confirmação da sua condenação a sete anos de prisão pelo Tribunal de Recurso de Tizi-Ouzou, em 3 de dezembro.
O caso ocorre num contexto diplomático delicado. O colaborador das revistas So Foot e Society tinha sido detido em maio de 2024 na Cabilia durante uma reportagem sobre a Jeunesse Sportive de Kabylie (JSK), após contatos com pessoas ligadas ao Movimento para a Autodeterminação da Cabilia (MAK), classificado como organização terrorista pelo Estado argelino. A sua condenação e a manutenção da pena levantam questões sobre a liberdade de imprensa e sobre as práticas judiciais na Argélia.
A organização Repórteres Sem Fronteiras denunciou a decisão do Tribunal de Recurso de Tizi-Ouzou, classificando-a de “absurda”.
O recurso ocorre enquanto a França defende a libertação do seu cidadão. O presidente Emmanuel Macron, numa intervenção mediática divulgada na semana passada pelo Le Parisien, considerou o veredicto “excessivo” e “injusto” e comprometeu-se a agir para garantir o rápido regresso do jornalista. Os familiares do jornalista, de 36 anos, esperam também por um perdão presidencial.
Para recordar, a pena de prisão tinha sido proferida em primeira instância no final de junho, antes de ser confirmada em recurso.
Félicien Houindo Lokossou













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